Alimentação

A alta da procura por alimentos orgânicos e seus benefícios

Cada vez mais em alta, consumo destes alimentos previne doenças e ajuda o meio ambiente

Foto: Italo Santos - Especial DP - Vinagres orgânicos são o item mais procurado, segundo quem trabalha na área, devido aos benefícios que trazem à saúde

Recentemente, foi divulgado um estudo sobre o consumo de produtos orgânicos no Brasil que evidencia uma alta considerável deste tipo de comportamento alimentar da população. Conforme a pesquisa realizada em conjunto pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), no ano de 2020, as vendas no setor de alimentos orgânicos aumentaram 30%, com movimentação de R$ 5,8 bilhões.

A professora do curso de Nutrição da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Elisa Pereira, caracteriza o alimento orgânico principalmente pelo sistema de produção. Nele, não são utilizados agrotóxicos sintéticos, transgênicos e/ou fertilizantes químicos, além de que seu processamento deve excluir o uso de radiação e aditivos alimentares. Além disso, as técnicas utilizadas no processo de produção prezam pelo meio ambiente e visam manter a qualidade. “Um tipo de alimento que diminui a possibilidade de danos à saúde dos consumidores e de impacto à natureza”, afirma.

Comércio

No Centro de Pelotas, existem diversas lojas de produtos naturais que destinam-se à comercialização de alimentos orgânicos. Em uma delas, funcionários relatam o aumento da procura por frutas orgânicas, como mirtilo e morango, e principalmente pelo vinagre de maçã orgânico, que tem estado no topo da lista, pelos benefícios que traz à saúde. Com preço médio de R$ 19,90, pode ser consumido puro ou na salada. A funcionária Elizia Nunes, de 28 anos, trabalha há três anos em um dos estabelecimentos e notou uma maior busca de orgânicos no último um ano e meio. Para ela, a influência das redes sociais ajudou no movimento. “O acesso facilitou bastante. Pessoal resolveu se atualizar bastante”, acredita.

Adeptos

Na cidade, muitas pessoas já optaram pelo caminho alimentar dos produtos orgânicos. É o caso da Cláudia Barros, vegetariana há mais de 20 anos. Hoje, a alimentação dela é baseada quase inteiramente em produtos de hortifruti orgânicos com a presença de alguns carboidratos. Ela conta que mesmo que para manter o hábito seja necessário um maior esforço econômico, o retorno é incalculável. “Eu entendo que sai bem mais caro, mas acredito que com 59 anos é por causa dela (alimentação) que não preciso tomar nenhum remédio. Outro motivo é que eu cozinho minhas refeições, sai mais barato do que comer em restaurantes”, revelou.

Benefícios e cuidados

A nutricionista enfatiza que existem benefícios à saúde e ao meio ambiente. Os orgânicos destacam-se por possuir mais nutrientes, garantindo uma fonte alimentar saudável e colaboram para um meio de vida mais sustentável, evitando a poluição do meio ambiente. A professora deixa claro que uma das diferenças entre o alimento orgânico e o convencional é essa potencialidade que ele tem de carregar mais defesas naturais. Um alimento orgânico possui teor mais elevado de compostos bioativos, que são os compostos de defesa dos vegetais. “Quando ingeridos pelo ser humano, terão maior potencial antioxidante no organismo, quando comparado aos convencionais. A ingestão destes compostos está relacionada com a prevenção do desenvolvimento de diversas doenças, inclusive alguns tipos de câncer”, apontou.

Efeitos do tradicional

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) são registradas 20 mil mortes por ano devido ao consumo excessivo de agrotóxicos no mundo. Nesse sentido, Elisa explica que os resultados do monitoramento para a saúde humana são o risco agudo (alto consumo de agrotóxico em pouco tempo) e o risco crônico (consumo de agrotóxico à longo prazo).

Começando a mudar

O preço ainda é um fator relevante na escolha dos alimentos orgânicos. Mesmo assim, a especialista lembra que o consumidor pode optar, por exemplo, por mudar uma parte da alimentação, alterando pelos orgânicos aqueles alimentos que, quando convencionais, estão no topo do ranking com as maiores contrações de agrotóxicos, como é o caso do pimentão, tomate, alface e morango, por exemplo.

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